Anoitecer Capítulo 31 - Desfecho

Não corremos por muito tempo até o píer, mas foi preciso ser mais rápida caso minha tia descobrisse minha armação e voltasse a tempo de me impedir. Não me preocupei em tirar minha roupa para mergulhar, apenas um pequeno detalhe veio em minha mente.

- O que viemos fazer aqui no píer? – Juan indagou.

- Procurar por Janeth, Zoey e Fern.

- Mas elas não estão aqui.

Eu o olhei fixamente; o vento feroz bagunçando meu cabelo.

- Sim, elas estão.

- Mas como...

   Eu o interrompi. Do céu cinza e violento, pequenas gotas de chuva começavam a cair. O dia estava negro. Sim, o mal estava se reunindo para armar alguma coisa, e por algum motivo ele resolveu levar minhas amigas. Ainda ficou muita coisa subentendida, não da minha parte, pois eu já estava começando a juntar dois e dois, mas Juan e, principalmente, minha família ainda estavam por fora.

- Vamos mergulhar? – Ele Indagou.

- Sim, mas não agora.

   O tempo estava correndo, mas nesse ponto, eu era mais rápida que ele. Antes de entrar na água, eu tirei meu aparelho celular do bolso e alterei a configuração de mensagem para que todas as que eu enviasse chegassem ao seu destino uma hora depois do envio.

“Venham para o píer e mergulhem, em seguida procurem por uma caverna subterrânea. Estarei lá. Nessie.”

Enviei para os celulares do meu pai e do meu avô Carlisle e em seguida o atirei no píer.

- Pronto? – Perguntei a Juan.

Ele me olhou, ainda não entendendo o que estávamos fazendo no píer e onde iríamos procurar.

- Confio em você, embora tudo pareça muito confuso.

- Ótimo – peguei sua mão -, me siga.

   Mergulhei na imensidão negra da Lagoa seguida por ele. Eu me lembrava o caminha que Nicholas havia me ensinado e tinha certeza que estava na direção certa.

   Pode está meio confuso e desconexo o fato de eu estar procurando por minhas amigas na Caverna Elíseos, mas uma lembrança me veio à mente há algum tempo: o pingente que eu encontrei lá quando estive com Nicholas. Sim, quando eu achei o pingente ele perguntou surpreso se eu suspeitava se mais alguém esteve lá, o que deu a entender que só ele tinha acesso aquele lugar, mas antes ele havia s contradito, quando ele falou “Nós a chamamos de...”

Esse mistério estava perto do fim.

Nadamos por cinco minutos até acharmos a fenda.

Gesticulei para Juan que me seguiu. Entramos cuidadosamente.

   Não adiantava tentar entrar sem fazer barulho, mas não desistimos. Deslizamos por trás de uma grande rocha – uma atitude inútil, porque se houvesse algum vampiro eles já teriam ouvido de longe. Ergui minha cabeça lentamente e vi em torno de uns dez adolescentes e entre eles uma me era familiar. Era impossível não conhecer aquele cabelo dourado como o sol. Janeth. Ela estava viva; ela, Fern e Zoey.

   Mantive bastante atenção, mas não havia ninguém por perto, eles estavam sozinhos. Em um rápido movimento, Juan e eu estávamos ao lado dela. Todos dormiam. Pobre Jan, estava tão abatida, mas eu a iria tirar daqui. Peguei levemente em seus braços, mas seus olhos abriram lentamente.

- Renesmee – ela sussurrou -, que bom que você está aqui.

- Calma Jan,eu vou tirar você daqui. Consegues ficar em pé?

- Não, estou muito fraca.

- Ótimo, eu carrego você. Juan, por favor, pegue a Zoey e a Fern. Depois voltamos para buscar os outros.

   Tudo estava perfeito até esse pondo. Notei que Jan manteve seu diário escondido com ela. Eu a coloquei em meus braços e me preparei para fugir, mas um barulho chamou minha atenção.

Droga - pensei. Coloquei Jan novamente em seu lugar e Juan imitou meu gesto. Corremos silenciosamente até a pedra em que nos escondemos, embora eu soubesse que não iria resolver.

   O barulho foi ficando mais perto. Talvez fosse minha família, talvez a mensagem tivesse chagado antes, ou não. As vozes estavam agora muito perto. Juan me olhou e pegou minha mão.

- Eu não acredito que aquela meia vampira idiota... – Era uma voz feminina muito conhecia. Não podia ser; então eu estava certa.

- Mana, não fique assim, afinal, temos tudo sob controle.

A outra voz era masculina, e também era conhecida. Pelos céus, então eu estava certa em minhas especulações.

- Como você quer que eu fique calma? – Ela gritou furiosamente. – Eles nos descobriram.

- Eu já disse que tinha tudo sob controle, não é mesmo Renesmee?

   Agora a voz estava sussurrando em meu ouvido direito. Por instinto, eu me virei para olhá-lo no rosto, mas tudo ficou escuro e a única coisa que eu consegui ouvir foi a gargalhada vitoriosa da garota.

- Rá rá rá, durma com os anjos.

Em pouco tempo, eu senti meu corpo cair no chão molhado. Talvez esse fosse o meu fim.