Anoitecer Capítulo 1- Férias

     Eu tinha acabado de acordar e chovia lá fora, o frio era evidente, mas eu quase não o sentia pelo fato de minha pele ser uma representação quase perfeita de mármore. Ao sair do banho sentei-me em minha mesinha, eu estava animada porque aquele era o meu último dia de aula, e depois dele, estaria livre para aproveitar minhas férias, embora eu não soubesse aonde eu iria. Me arrumei para a aula, vesti uma blusa branca e uma jaqueta jeans combinando com minha calça azul escura. Ao descer as escadas pude notar que todos ali presentes me encaravam, seus olhos castanho-dourados mostravam certa admiração ao me verem. Talvez pelo fato de eu ser a única humana, ou meio-humana, ali.

     Ao descer o último degrau esbarrei em algo, não sei bem o que era, mas pude ouvir a gargalhada que meu tio Emmet soltou. Dirigi-me a cozinha para o café da manhã e notei que estava sendo seguida, eram meus pais, e de repente eles estavam sentados perto de mim
     -Já sabe o que você vai fazer nas suas férias? – Perguntou-me mamãe animada.
     -Ainda não. - Respondi abocanhando uma maçã – Talvez eu fique um tempinho como vô Charlie.

      -Poderíamos fazer compras. – sugeriu tia Alice, aparecendo de repente ao meu lado – nós vamos nos divertir muito, eu vejo!

      -Vou pensar. – eu disse com um meio sorriso.
         Dei uma mordida numa torrada, cumprimentei a todos e fui à garagem para pegar minha moto Hayabusa que ganhei de meu pai no meu aniversário, depois de implorar muito!
          Assim que cheguei na Forks High School estacionei minha moto e andei em direção á minha sala de aula. Quando cheguei perto, pude notar que Janeth, – uma garota magra, loira e com lindos olhos azuis – minha melhor amiga esperava por mim.
            - Renesmee você demorou.

- Sinto muito, acordei um pouco tarde.

- Onde você vai passar suas férias? – Perguntou-me ela com seus olhos azuis cintilantes brilhando.

- Ainda não sei, talvez eu fique um pouco com meu avô Charlie, ou eu vou a La Push...

Mal terminei de falar e Janeth me interrompeu.

-Visitar seu namorado grandalhão de cabelo desgrenhado – disse ela sorrindo.

-Vou ver meu “amigo” Jacob, e não meu “namorado” grandalhão – rebati um pouco séria.

-Tá ok, se você diz que é seu amigo, então eu acredito – falou Janeth, num tom meio irônico.

- É melhor entrarmos, o Sr. Clevis está impaciente.

Entramos na sala e nos sentamos em nossas carteiras habituais, a aula era de literatura e o Sr. Clevis lia “A megera domada” de Shakespeare. As horas se arrastavam e a minha paciência já estava se esgotando quando o sinal tocou.

-Bom, classe, ótimas férias – disse Sr. Clevis arrumando os seus livros.

Depois da aula de literatura nós fomos para o laboratório de ciências, concluir nosso trabalho sobre divisão celular. Aquilo era um tanto quanto especial pra mim, já que foi naquela sala que meus pais se falaram pela primeira vez. Eu sorri lembrando-me da cebola dourada que meus pais ganharam por serem os primeiros a concluírem seus trabalhos. Estava perdida em meus pensamentos quando Janeth me cutucou.

-Renesmee, Renesmee. - Balançou-me ela – O que houve? Você estava tão distante.

- Nada, só estava lembrando de uma coisa. – Sorri comigo mesma – Não é nada demais.

-Bom, então trate de ficar acordada porque eu quero ganhar o prêmio.

- Tá bom, vamos ao trabalho.

Começamos a observar atentamente as células no microscópio e anotamos tudo de acordo com suas divisões, em menos de 15 minutos nós tínhamos terminado.

-Parabéns Srta. Cullens e Dusken. – Disse o Sr. Hernandez, nosso professor de ciências biológicas. – Vocês foram as primeiras a terminarem o trabalho e por isso vão receber as medalhas de melhores alunas do semestre.

-Ah, que bom. – Disse Janeth eufórica – Nós merecemos!

-Ah o que é isso? Nós só fizemos nossas partes.

- E fizeram excelentemente bem feitas, venham receber suas medalhas.

Fomos receber os nossos prêmios, e Janeth pulava eufórica. À medida que nos aproximávamos do Sr. Hernandez, pude ouvir os comentários que surgiam.

Quando o sinal tocou, nós nos dirigimos ao refeitório, nos sentamos juntas a Clara Hanley, Thomas Mader, e Max Clownd, nossos amigos. Conversamos muito e quando olhei as horas já era quase 4:30 PM . Peguei minhas coisas, me despedi de meus amigos e sai em disparada já que a aula de biologia era a última e depois eu estaria livre. Corri até o estacionamento e quando cheguei perto da minha moto, eu o vi, em pé. Parado do outro lado do estacionamento, sorrindo para mim. Era Jacob. E imediatamente corri para abraçá-lo.

- Que bom que você está aqui! – Disse enquanto o abraçava.

- Vim te buscar para irmos à La Push, se não houver problema.

- Acho que não seria uma boa idéia, pois estava planejando visitar meu avô.

- Não seja por isso! Adivinha quem tá lá em casa? – perguntou Jake com aquela cara de cachorro pidão.

- Qual casa? – perguntei intrigada – porque você mora com a gente.

- Mas a casa de meu pai ainda pode ser a minha casa, ou não?

- Tá, vamos primeiro passar na praia, depois iremos à casa de seu pai.

Quando estava indo em direção a minha moto, me lembrei de uma coisa:

-Jake, como você veio?

- Correndo! – disse ele rindo seu riso mais sincero.

- E como você pretende ir á La Push?
- Carreg...

-Você não tá pensando que vai me carregar na minha moto não né? Porque se estiver, sou eu quem vai dirigir!