Anoitecer Capítulo 20 - Ativdade Extra
Eu não estava disposta a deixar aquele lindo dia ir embora sem aproveitá-lo. Os garotos decidiram fazer trilhas e nós garotas decidimos ir à Lagoa, brincar na bóia gigante. Trocamos de roupas e fomos ao nosso destino. Os professores supervisionavam a nossa brincadeira. Jan mergulhou e foi para a bóia. Clara e Paulina pularam, lançando Janeth ao ar e caindo em seguida na água. Zoey, Charlotte e eu estávamos sentadas no píer, banhando os nossos pés. Umas garotas andavam de caiaque enquanto outros garotos jogavam vôlei na areia.
Ergui minha cabeça banhando- me ao sol- embora eu soubesse que nunca ficaria bronzeada.
Ergui minha cabeça banhando- me ao sol- embora eu soubesse que nunca ficaria bronzeada.
Mais uma vez Jake me veio à cabeça. Por que eu estava pensando nele? Eu já não sabia se era saudade ou remorso. Remorso por ter ficado com raiva dele por causa da questão do... Como era mesmo aquela palavra que Jake dissera? Eu já não sabia que emoção eu estava sentido. Saudade, remorso, pena... Era um misto de emoções que me invadiam ao lembrar-me de meu melhor amigo. Nós sempre fazíamos coisas juntos, e quando havia um dia de sol em Forks- que era raro- nós sempre saiamos para caçar. Embora eu me alimentasse de comida, como os humanos normais, às vezes eu iria caçar com ele. Nós sempre corríamos juntos; ele me levava à reserva para ver Emily, Embry e a pequena Claire, que vivia grudada a Quil. Eu me sentia segura com ele. Papai particularmente morria de ciúmes, porque tinha dias que eu passava mais tempo com Jake do que com ele. Uma vez quando cheguei em casa, eu peguei um pedaço da conversa dele com minha mãe.
- Edward, querido, não podemos fazer nada. Ele é o único amigo próximo que ela tem.
- Eu sei meu amor, mas eu não gosto nada de imaginar eles dois sozinhos. O que pode acontecer. E os pensamentos dele são tão... Gritantes. – Papai pausou por um momento. – E há desejo. Ele a deseja.
- Faz parte do...
Eu adentrei a sala antes dela concluir.
Eu não sabia o que minha mãe ia falar, mas por que Jake sentiria desejo por mim? Éramos amigos; ele me protegeu e ajudou a cuidar de mim quando eu era menor, e agora eu estava quase madura. Só faltavam dois anos.
Mexi levemente meus pés nas águas quentes da Lagoa, mais uma vez ele invadiu minha cabeça. As pequenas ondas da Lagoa de Sequim me lembravam La Push, e ele sempre me levava a La Push depois da escola, assim como no meu último dia de aula.
Suspirei profundamente e tentei parar de pensar nele. Eu me sentia um pouco magoada ainda, pelo menos eu achava. Olhei minhas amigas, que se divertiam na água. Janeth me convidou a entrar, mas eu me recusei. Clara e ela insistiram e eu acabei pulando na grande bóia. Eu estava me divertindo, minhas amigas estavam se divertindo, todos ao redor estavam se divertindo... E Jake, como ele estaria? Com saudades, talvez.
Revezei o meu lugar com Clara, que foi ao píer e pulou na bóia, me lançando à água. Brincamos por uns bons minutos na água e eu decidi andar de caiaque. Perguntei as garotas se estariam a fim de me acompanhar, mas elas preferiram ficar na água. Eu nadei até o píer e fui até os barcos. Eu peguei um e em poucos segundo eu estava na água. Eu fui até o limite imposto pelos responsáveis, onde dava para ver uma parte sombria da floresta. Senti-me tentada a explorar aquele pedado que eu ainda não havia visto, então eu olhei para ver se alguém me vigiava. Esperei por alguns minutos, aguardando que uma distração qualquer fizesse com que os professores responsáveis tirassem seus olhos vigilantes de mim.
Minhas súplicas parecerem ser ouvidas, pois na areia dois alunos praticavam uma espécie de luta que prendeu a atenção de todos.
Visto que todos estavam distraídos, comecei a remar mais rápido, e facilmente fui me aproximando daquela parte sombria e misteriosa.
Remei por uns minutos e logo cheguei à praia. Desci do caiaque e o levei até a areia, colocando-o em um lugar seguro para que o mar não o levasse. Aquela parte da floresta era mais rica em vegetação e não havia trilha. Havia mais árvores que na outra parte, e estas eram mais altas. Era muito difícil a luz de o sol penetrar por entre os galhos das gigantescas árvores. Apenas pequenos feixes de luz eram visíveis.
Entrei. Uma enorme excitação tomava conta de mim. Fui andando, leve e cautelosamente pelo mato, e em seguida subi numa árvore, pulando entre seus galhos. Andei por uns bons minutos por aquele lugar que parecia tão místico e sombrio, era um lugar perfeito para...
Parei e tive a sensação de ter tido um Dejà-vú. Havia um pequeno riacho e depois deste havia uma casa. Era enorme, toda trabalhada em madeira. Havia grandes janelas de vidro e uma linda varanda no terceiro andar. Na varanda havia umas cadeiras de balanço e duas redes. A mansão era linda, como as casas de um conto. E sons eram emitidos dela. Com certeza quem morava ali não era humano, para viver tão escondido. Eu podia ouvir sons de TV ligada e vozes. Eu queria me aproximar, mas fiquei temerosa. Continuei observando a casa de longe e algo acontecer. A porta se abriu e alguém saiu. Era uma vampira. Linda, delicada e com lindos cabelos negros modelados. Ela era magra e parecia não ser americana.
Continuei observando a vampira e alguém saiu da casa. Era Marthin e a namorada dele, LeAnn. Eles meio que dançavam enquanto se moviam, ela deu duas rodadinhas coreografadas e o abraçou. Era bom vê-lo aqui, mas eu ainda não estava preparada para me mostrar.
- Como vocês são melosos. – Disse a primeira vampira com um sotaque Frances.
- Ah Alexas, pare de pegar em nosso pé. – Respondeu LeAnn beijando Marthin.
A vampira chamada Alexas riu. Não um riso de deboche, mas um riso doce e amável.
- Você tem que parar de ser amarga. – Disse Marthin.
- Eu não sou amarga.
Os três riram. Eles viviam em completa harmonia, então decidi me mostrar, mas antes que eu pudesse fazer, Marthin chamou o irmão.
- Juan parece que tem alguém querendo te ver.
Uns segundos depois Juan saiu. Marthin apontou em minha direção. Será que eles sabiam o tempo todo que eu estava ali? Meu som poderia perfeitamente se misturar ao da natureza e até ao deles.
Juan abriu um largo sorriso.
- Você pode sair daí se quiser. – Ele disse andando em minha direção.
Senti-me meio envergonhada, mas sai. Minhas roupas estavam parcialmente molhadas. Eu andei em sua direção sorrindo também. Alexas trazia curiosidade estampada em seu rosto.
- Fugindo do acampamento? – Ele perguntou me abraçando.
- É, resolvi explorar um pouco o lugar.
- Quem é essa garota? – Alexas questionou, seu sotaque Frances era notável em qualquer palavra que tivesse um R.
- Me chamo Renesmee Carlie Cullen.
- Ah, você é do clã de Olympic? Prazer, me chamo Alexas Pax.
Ela beijou minhas bochechas como cumprimento.
- Eu nunca ouvi falar do clã de vocês; como vocês sabem da minha família?
- Você saberá. – Ela disse em seu mistério e depois sorriu.
Juan me convidou a entrar.
-Você vai adorar Del Blaine. – Ele disse enquanto abria a porta para mim.
O lado de dentro da casa era tão fabuloso quanto o lado de fora. A sala de estar era enorme. Tinha um grande tapete de urso e um jogo de sofá marrom em formato de L. Na estante, havia uma TV tela plana enorme com um aparelho de DVD e um micro sisten de ultima geração. Na mesinha de centro que ficava sobre o tapete de urso havia umas bolas de vidro vermelho- fogo. O chão era bem trabalhado em madeira lustrada. Do lado esquerdo da sala tinha um corredor que conduzia à cozinha, e ao norte estava a escada que levava ao 1° andar.
- Sua casa é fabulosa. - Sussurrei.
Juan sorriu.
Ele não se preocupou em me mostrara casa, apenas me levou à varanda que ficava no 3° andar.
A vista era magnífica; a floresta negra parecia uma imensidão, a Lagoa que banhava a floresta com suas águas misteriosas. Cada ângulo, uma nova e surpreendente vista. Não dava para ver o Young Campin’ Vacation de lá, pois a casa ficava muito bem escondida.
- É lindo. – Sussurrei enquanto admirava aquela paisagem magnífica.
Juan permaneceu ao meu lado, imóvel, apenas me olhando.
- Temos visitas e você não me fala nada? – Disse uma voz adorável atrás de mim.
Me virei assustada e vi uma mulher belíssima atrás de mim. Ela tinha um lindo cabelo castanho médio e um sorriso angelical. Em alguns aspectos, ele me lembrava minha avó Esme.
- Sinto muito Sra. Blaine. Essa é Renesmee.
- É um prazer conhecê-la, sou Del Blaine. – Ela sorriu gentilmente.
- Igualmente Sra. Blaine.
- Por favor, querida, me chame de Del Blaine.
Eu assenti balançando a cabeça vagarosamente.
- Pessoal – ela gritou – venham cumprimentar a visita.
Eu senti vontade de rir. O jeito com que ela gritou, parecia uma mãe chamando por seus filhos. Em poucos instantes mais vampiros forma chegando.
- Juan, Marthin, LeAnn e Alexas você já conhece. – Disse ela. - Christopher Pax, é um meio- vampiro como você, ele é filho de Alexas e Alexis. – Ela apontou para o garoto e depois para o pai.
- Muito prazer.
- Fique a vontade. – Disse Christopher.
O garoto meio-vampiro aparentava ter uns 17 anos, o que significava que ele já estava maduro. Ele tinha o cabelo preto como a noite, mas não era modelado como o da mãe, e sim liso como o do pai. O homem, Alexis, também tinha um ar de Frances.
- É muito bom conhecer outro meio- vampiro, seja bem vinda a Sequim. – Disse ele com seu leve sotaque.
Eu agradeci maravilhada com a hospitalidade daquele clã. Del Blaine sorriu.
- Acho que são todos. – Ela disse e depois pausou pensativamente. – Um, dois, três, quatro, cinco... – Del Blaine começou a contar. - Espera...
Marthin e Juan começaram a rir. O resto abafou o riso.
- Alexander! – Ela gritou.
Aquilo me fez rir; ela era muito engraçada.
Um garoto adentrou a varanda.
- E esse é Alexander Blaine – ela pegou seu braço -, ele ficará maduro daqui a dois anos.
O garoto acenou timidamente. Ele aparentava ter 15 anos físicos, assim como eu e era bonitinho. Cabelos vermelhos, olhos castanho claro, nariz bem feito e seu corpo era levemente musculoso. Ele tinha um brilho no olhar, aquele brilho curioso e feliz dos “15 anos”.
- E você é do clã de Olympic. – Ela disse.
- Como você sabe? Meu avô nunca me falou sobre vocês, ou até mesmo meus pais.
- Vocês são muito famosos por serem invencíveis e pelo jeito harmônico como vivem. – Disse LeAnn.
Me senti orgulhosa pela minha família ser tão notabilizada devido a esses fatores positivos.
- Agora que você conheceu a todos, fique a vontade.
Del Blaine piscou e depois entrou. Juan ainda ria.
- Ela é muito divertida. – Falei para ele.
Ele concordou balançando a cabeça.
- Nosso clã vive muito feliz, nós dificilmente entramos em confronto com outros clãs, uma das poucas vezes que travamos um confronto foi para defender nosso território de um clã nômade.
- Quantas pessoas havia nesse clã? – Perguntei.
- Umas treze.
- E como vocês...
Ele não esperou que eu concluísse.
- Graças aos poucos talentos que temos. O mais efetivo é o de LeAnn.
Antes que eu perguntasse, Christopher respondeu
- LeAnn tem o dom de persuadir vampiros e humanos.
- Incrível. – Sussurrei.
Eu já havia sussurrado tanto aquele dia que já estava virando costume.
-E Christopher – Juan continuou- pode prever a ação dos outros.
- E não são visões – ele disse-, eu simplesmente sei o que vão fazer segundos antes que aconteça. Mas é subjetivo.
- Como as visões de minha tia Alice.
- Isso deve ser legal. - Disse Marthin se aproximando com LeAnn.
- Nem sempre; ela não vê caso alguém mude de decisão. Ela também não pode ver meio- vampiros ou lobos.
- Lobos? – Indagou Christopher
- Sim – respondi receosa-, os lobos da reserva em La Push.
- Isso deve ser irado. – Christopher vibrou.
- Eu não acho-disse LeAnn- lobos são perigosos, e são nossos inimigos.
- Não é bem assim – rebati- eles só atacam para se defender e para defender seu território.
- Como você sabe disso? – Juan perguntou intrigado.
Eu escolhi as palavras certas para dizer.
- Porque o meu melhor amigo é um.
- Mas nós somos inimigos mortais. – LeAnn protestou. – Como vocês podem ser amigos? Não existe amizade entre vampiros e aquelas criaturas fedorentas.
Suspirei e decidi contar- lhes a minha história.
Todos ouviram sem dizer uma palavra. LeAnn me olhava com surpresa em seu rosto.
- Então um lobo se arriscou para proteger você? – Ela perguntou admirada.
- É. Jake se separou de seu bando por minha causa. Ele sempre esteve comigo desde então, e ele é o meu melhor amigo, ou pelo menos era até eu discutir com ele.
- Sinto muito. – LeAnn se desculpou. – Eu não sabia que o laço entre vocês era tão forte. Mas por que você discutiu com ele?
- Ele falou algo sobre... – Forcei meu cérebro a lembrar da palavra, mas nada aconteceu. – Uma coisa que eu sabia, ou pelo menos sentia, que eu estava envolvida, e ele não me contou, não compartilhou comigo.
Senti um vazio tomar conta de mim.
- Eu realmente sinto muito por isso tudo. – LeAnn se desculpou novamente, sua expressão agora trazia vestígios de culpa por um julgamento injusto.
- Vocês vão ficar de bem; isso acontece. – Christopher sorriu me transmitindo força através de seus pensamentos positivos.
- Acho que tenho que voltar, ou vão dar por minha falta. – Falei.
- Eu te levo até a praia. – Juan se habilitou.
Me despedi dos novos conhecidos e fiz o caminho de volta. Sai da casa cruzando o riacho e adentrei a floresta, correndo rapidamente. Juan seguia ao meu lado. As grandes árvores passavam como borrões, e em poucos minutos estávamos na praia. Juan foi cauteloso ao se expor a luz solar. Eu já havia visto inúmeras vezes os membros da minha família brilhando ao sol, mas Juan era diferente. Ele era tão lindo. Ele me puxou e me apertou em um abraço. Beijei sua bochecha e peguei o caiaque para voltar ao píer.
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